No Brasil ainda é estranho e, por vezes, provoca debates entre dirigentes e torcedores, mas na Europa os jogos de público praticamente único são realidade há muito tempo.
Quem conseguiu assistir ao clássico entre Barcelona e Real Madrid (foto), na tarde de domingo, viu como isso funciona.
Entre os 98 mil torcedores presentes ao Estádio Nou Camp, do Barcelona, apenas 730 eram do Real Madrid. Quase nada comparado àqueles quase 100 mil torcedores do time da casa.
Na volta, no Santiago Bernabéu, do Real, será assim também: minoria absoluta de seguidores da Catalunha.
Quase todo o espaço é ocupado por sócios. E como o número de associados é bem superior à capacidade dos estádios, nem eles têm lugar assegurado. Precisam participar de uma espécie de reserva ou de compra antecipada.
É assim em quase todos os grandes estádios europeus.
Aos poucos o futebol brasileiro inevitavelmente chegará a isso.
O espaço dos visitantes já foi muito reduzido (em clássicos Gre-Nal, por exemplo, com exceção do último em um Beira-Rio em obras, os clubes reservam pouco mais de 2 mil ingressos para o adversário) e seguirá diminuindo mais com as novas arenas.
Estou entre os que têm saudade dos tempos em que o espaço era bem maior, inclusive para torcedores sem vínculo com nenhum dos times, mas que conseguiam ingressos pelo prazer de ver futebol. Mesmo assim, é preciso reconhecer: a tendência é irreversível.
A dupla Gre-Nal, com quadros sociais imensos, tem razão em privilegiar aqueles que financiam boa parte da estrutura dos clubes.
A PROPÓSITO
Em dois momentos da partida, aos 17min14s do primeiro e do segundo tempo, a torcida gritou seu orgulho catalão, mostrou bandeiras da região e cantou pela independência.
Uma das faixas dizia: “Catalunha, a próxima nação europeia”.
Os catalães sofrem com a crise atual, apesar de pertenceram a uma região rica, e intensificaram a campanha para a separação.
mariomarcos.wordpress.com 
Aliás, sobre esse jogo: ele escancarou de forma quase violenta a diferença de qualidade entre alguns times europeus e TODOS os times que disputam o Brasileirão.
Um show!
Um jogaço!!! Jogadas quase que de circo, algo que era exclusividade do futebol brasileiro e agora quase não acontecem mais por aqui…
Uma tristeza, desde ponto de vista!!
Essa beleza do futebol europeu, sobretudo o espanhol, é discutível meu caro Marcus. O futebol brasileiro perdeu sim os encantos de outrora, mas você se arriscaria a dizer, no início de um Campeonato Brasileiro, que terminará campeão? Impossível, não?! Já na Espanha, país do futebol balado da atualidade, sabemos muito bem que a disputa de todos os campeonatos se dará entre Barcelona e Real Madrid. Se tu acompanhas todo o futebol espanhol, sabe bem com os demais clubes sofrem de qualidade técnica, tanto que muitos jogos são piores do assistir Figueirense e Atlético-GO.
Concordo em parte, Rafael.
Há hoje na Europa uns 15 times de excelente nível: Manchester United, Liverpool, Chelsea, Barcelona, Real Madrid, Valência, Bayern Munich, Bayern Leverkusen, Milan Juventus, Inter Miláo, PSG, Olimpique Marselha, Ajax, PSV, Fenerbache, Olympiakus, etc.
Mais de 15 times que vale a pena parar para ver, pois TODOS eles contrataram jogadores de exceção.
Compare agora com a Libertadores e com os jogadores deste mesmo nível nos times brasileiros. Olhe para os times sul americanos.
Percebe a diferença??
O Brasileirão está parelho? Está, mas nivelado por baixo.
Do meu ponto de vista, com raras exceções são jogos de Segunda Divisão, pois os jogadores da Primeira Divisão não esquentam lugar no Brasil. São todos vendidos antes!!
Abs
Marcus
Olha Marcus, mas vou te dizer que muitos times desses que tu citastes penariam para vencer alguns times brasileiros. Os clubes do Brasil, como Inter, Grêmio, São Paulo, Corinthians, Santos, bem organizados, bem administrados, fazem frente a qualquer clube europeu. Vide Inter em 2006, São Paulo em 2004 (?) contra O Liverpool. Enfim, ainda acho que o futebol brasileiro pode e deve dar a volta por cima.
são paulo, 2005.
Uma coisa é o time ser conhecido. Outra coisa é o time ser de excelente nível.
Não existe no mundo, apesar do baixo nível do futebol brasileiro ( nossos melhores jogadores não jogam aqui ), um campeonato tão disputado como o nosso. A cada campeonato, é impossível afirmar quem será o campeão.
Alguém apostaria nos 3 times que estão na frente??
Talvêz o Fluminense mesmo. Mas não seria favorito absoluto. Atlético MG e Grêmio não figuraraim nem entre os 5 mais votados. Ou seja…o campeonato brasileiro é totalmente imprevisível.
Já na Europa, os campeonatos nacionais são de fácil prognóstico.
Portugal – Porto – Benfica –
Alemanha – Borussia – Bayern
Itália – Inter – Milan – Juventus
Eapanha – Barcelona Real Madrid
Inglaterra – Manchester – Liverpool – Arsenal – O Chelsea só entrou nesse grupo agora.
A Champions, é quase certo, ficará entre um desses times.
Em matéria de candidatos ao título, a Champions é o que mais se assemelha ao campeonato brasileiro.
Os campeonatos nacionais na Europa, são campeonatos de cartas marcadas
Ressalte-se algumas diferenças, básicas ou enormes, que compõem o espetáculo futebol:
– Assim como evoluíram a qualidade dos gramados, do material esportivo, da transmissão televisiva, também o fator ”SÓCIOS” mudou o cenário dos estádios, irreversivelmente;
– Profissionalismo em todos os níveis, não somente no discurso.
Estariam inseridos nessa questão árbitros que devem ser profissionalizados, bem como os dirigentes da entidade gestora e não quadrilheiros notórios e conhecidos;
– Mais razão e menos paixão, que é válida mas que não pode sobrepor à primeira;
– Uma atenção muito maior na capacitação dos profissionais formadores e condutores da base.
Um caminho árduo, distante mas VIÁVEL.
Assisti ao VT do Atlético de Madrid.
O estádio estava lotado.
Sou do tempo que a geral (arquibancada inferior) era dividida meio a meio, lá e cá. Estádio total ficava 1/3 pro visitante e 2/3 pro da casa. Não tinha nada igual à imagem de cores azul e vermelho, vermelho e azul, muito legal, bem divididinho na metade da arquibancada. Eu gostava de assistir bem na divisão das torcidas, era uns 05 metros só de separação. Sacanagem total.
Aliás Marcos, você lembra de algum tempo atrás, ainda na ZH, vc fazer uma coluna referente à questão das cores da dupla? Que nenhum outro clássico tinha a questão das cores tão definidas quanto aqui? Um azul e outro vermelho. Isso é (era) uma marca registrada do clássico que a burrice dos dirigentes está fazendo perder o efeito.
A justificativa dos espaços não é bem assim. Para estádios de 55/60 mil pessoas (novo beira-rio e arena), poderia muito bem se fazer o grenal com 45 mil pro da casa e 5 mil pro visitante, mas 5 mil de pulmão. Ficaria de muito bom tamanho.
E mesmo se tratando de Europa, sempre bom lembrar que o clássico em questão é de times de diferentes cidades.
É deprimente ver aquela machinha de torcida visitante nos grenais, com um monte de espaço vazio em volta.
Na minha opinião, muita burrice.
Grenal é um produto, deveria ser tratado como tal. Torcida visitante deveria ser recebida como cliente, consumidora desse produto da mesma forma que a torcida local.
Tens razão, Marcel. Escrevi mais de uma vez sobre isso. Me habituei a assistir aos Gre-Nais com os estádios divididos. Nunca vi algo assim em outros jogos. Pena que ficou no passado.
qual é a média de público do campeonato brasileiro? 5 mil? será? tirando inter, gremio e são paulo, quem tem sócio? sinceramente não vejo cenário no brasil indo nessa direção.
A média do Brasileirão é maior, cerca de 10 mil/jogo, se não me engano.
tens razão. tava procurando e achei, é 12, 5 mil
http://globoesporte.globo.com/futebol/brasileirao-serie-a/publico-brasileirao.html
mesmo assim é muito baixa. acho que o dado real para fazer a análise não é o público numérico, e sim o percentual do estádio que foi ocupado.
pelo que li aqui:
http://futebolbusiness.com.br/2011/10/publico-presente-nos-estadios-das-principais-ligas/
a espanha teriam uma ocupação média de 74,2 % mesmo estando longe da inglesa, já é bem consideravel. agora pega os dados do engenhão e me diz se o futebol brasileiro está indo nessa direção.
com base nessa foto do estadio do Barcelona e nessa também: http://www.e-architect.co.uk/images/jpgs/barcelona/nou_camp_barcelona_5.jpg
noto que seria é possivel no Beira, futuramente, ampliar a arquibancada inferior para frente, fechando o espaço enorme que sobrou entre ela e o campo. Para tanto bastaria rebaixar o gramado um pouco, se necessário. Acredito que aumentaria a capacidade em 15 mil pessoas. Claro que não existe essa necessidade mas técnicamente é possivel.
Pra que se nunca lota? Seria melhor deixar a capacidade remendão em 20.000 por aí, pra passar a impressão que está sempre lotado. Hoje têm quem fazer promoção a 5 conto pra colocar 10.000 naquilo lá.
Talvez não, li em algum lugar, que o campo é no nível do rio, em jogos com muita chuva haveria sérios problemas se rebaixassem, aliás esse negócio de rebaixar não combina muito.
Existem tecnologias que permitiriam isso. Sómente salientei que é possivel ampliar a capacidade do Beira-rio em 10 a 15 mil lugares em função desse espaço entre as arquibancadas e o campo.
Pronto… cagaram no post de novo.
Post que tem colorado vive cagado, não tem jeito.
Depois um babaca desses não quer quebrar a perna.
É por essas e outras que o futebol passou de esporte para guerra, quando da exposição de logotipos como esse, onde instituições sérias e aglutinadores são assim representadas, independente de que lado for.
MM, vou discordar da questão “torcida unica”. Real x Barça são times de cidades diferentes, é o maior Classico do mundo na atualidade mas são de cidades diferentes. Não podemos comparar com o Gre-Nal por exemplo.
Te desafio a encontrar em Barcelona(ou na Catalunha) torcedores do Real e em Madrid torcedores do Barça.
Aqui se tu pegar um Grêmio/Inter x Corinthians ou Flamengo por exemplo, apesar do tamanho das torcidas, em Porto Alegre é praticamente torcida unica. De 50 mil, são 1.000, 2.000 da torcida adversária. Para essa comparação o ideal seria falar do clássico Inter x Milan, ai sim dois grandes clubes com grandes torcida e na mesma cidade.
No Brasil a incompetência do Estado prá atender as necessidades mínimas da população causou esse problema. Somos obrigados a nos submeter a essa incompetência e ficamos procurando justificativas, as mais variadas, prá não encarar o problema. O velho medo de encarar seus próprios defeitos.
Usamos os efeitos dessa incompetência para justificar suas causas pq fomos incompetentes lá atrás prá estancar o problema.
Sem clubismos…mas no momento em que dá uma briga, acontece alguma confusão, mesmo identificando o autor, nada acontece, fica difícil manter a ordem e a disciplina.
Aí, claro…é muito mais fácil vender a idéia de que é impossível a convivência. É mais cômodo e passa-se a idéia de que “providências para coibir a violência foram tomadas”.
Foram tomadas porcaria nenhuma.
O Estado se submeteu aos marginais e os que querem apenas torcer para o seu time, ficam privados de exercer esse direito.
E quem alimenta essa idiotice são esses torcedores que grenalizam qualquer assunto. Ficam trocando farpas intermináveis, achando que seus argumentos são sempre definitivos. Ficam alimentando um ódio burro e confundem rivalidade com inimizade.
Se acham verdadeiros fodões e acham que são mais torcedores que os outros.
São uns chatos!!
Verdade, 66. Vai chegar o dia em que será crime sair de casa. Pq assim é mais fácil resolver o problema de violência na rua.
O grande problema do país é esse… pra tapar a inoperância e incompetência dos órgãos públicos se criam novas leis. E sempre quem paga é o cidadão de bem, que fica privado de certas coisas por impunidade aos que criam os problemas.
Mas esperar o que de um governo (estadual) que em 9 meses gastou 80 milhões em publicidade mas não inceste em saúde, segurança e educação como deveria?
E outra, porque diabos GOVERNO precisa fazer publicidade? Eu tenho opção de “consumir” outro “produto”? Vou “comprar” mais ou menos com essa publicidade?
Eles chamam isso demagogicamente de “prestação de contas”.
É uma inversão completa de prioridades.
A imundície que fica a cidade depois das eleições é outro exemplo.
Noticiam como se fosse uma grande providência da Prefeitura, a colocação de centenas de garis prá limpar a sujeirada causada pelos santinhos e penflletos dos candidatos.
Como não conseguem educar a população prá não sujar, O QUE SERIA MUITO MAIS ECONÔMICO E INTELIGENTE, enaltecem a presença dos garis que farão a limpeza com rapidêz e eficiência.
Se o candidato fosse responsabilizado pela sujeira que os seus santinhos fazem pela cidade, teriam mais responsabilidade ao distribuí-los.
E assim vamos vivendo;
Bingo!
A impressão é que eles lá não deram bola àquele lero-lero demagogo de que bonito é quando duas torcidas dividem meio-a-meio as acomodações do estádio, que deve se ver como direito do cidadão, o fato de o torcedor adversário poder assistir o jogo do seu time na casa do adversário, etc.
Tudo isso está certo, claro, mas passa a se constituir demagogia, na medida que se tapa o sol com a peneira para os (novos e deploráveis) comportamentos dos dias de hoje e que são diferentes daquelas que existiam em décadas passadas, notadamente em relação a violência e a intolerância com o torcedor do outro time.
Hugo…como já disseram aqui…Barcelona e Madrid são cidades bem distantes uma da outra.
Nem teria como existir um espaço maior prá torcida do Real Madrid.
Quem vai a jogo aqui em Porto Alegre sabe que só 2 times de fora tem torcida que ocupa o espaço destinado à torcida visitante. Corinthians e Flamengo. e mesmo assim, dependendo do momento do time.
Os demais, mal ocupam o seu espacinho no estádio.
Teria que ver como é em Milão ou em Manchester ou mesmo em Madrid, quando jogam Atlético e Real.
Jogo entre Barcelona e Real Madrid não serve de parâmetro para essa discussão.
Poxa, nao foi na Europa que inventaram os Hooligans ? A violencia foi o determinante em separar as torcidas e eh claro, como aditivo, alcool e drogas. E times que visitam de fora da cidade, logicamente nao contam com muitos torcedores.
E aonde estão os Hooligans hoje??
a violência existe em qualquer lugar. Independe do lugar.
A diferença lá é que ela é combatida.
Os Hooligans foram identificados, processados, impedidos de ir aos jogos, presos. Em suma…foram tirados do anonimato que acoberta os covardes. Covardes que existem lá e aqui também.
Na Inglaterra, o Estado vai até onde a lei lhe dá o direito de ir. Mas em defesa do cidadão de bem.
Aqui o Estado se omite. Não enfrenta o problema de forma concreta e opta pela saída mais fácil.
Resultado da baderna:
Porto Alegre não receberá um novo Tatu-Bola.
Gentalha do caramba!!