Jon Lee Anderson e o Iraque, antes e depois

Jon Lee Anderson é um daqueles repórteres formado na velha escola do jornalismo norte-americano, aquela que nunca se limitou a repetir as informações oficiais de quem estava no poder. Ele sempre foi independente.

Autor do excelente A Queda de Bagdá, um daqueles livros indispensáveis, Anderson conheceu o Iraque da repressão violenta do regime de Saddam Hussein, no início dos anos 90, esteve no país nos primeiros dias da invasão das tropas americanas e voltou depois para conferir a vida do país. No total, foram 10 viagens ao país.

É alguém, portanto, com prestígio e independência para fazer uma avaliação precisa do país, ao comparar os tempos de antes e de depois da invasão.

Para quem ainda acha que intervenção militar de uma potência estrangeira em um país é solução (algo que sempre critiquei aqui no blog), é bom pensar bastante no que Anderson diz em um trecho da entrevista concedida ao repórter gaúcho Rodrigo Lopes e publicada neste domingo:

(…) O Iraque do ano 2000 era um país mudo, sob controle absoluto de Saddam. Depois veio a invasão que vi e vivi. Foi uma hecatombe. Se o Iraque era um país terrível antes, por causa da tirania, o desastre causado pelo comportamento criminoso de tropas e líderes americanos transformou-o em algo muito terrível de presenciar (…) Apesar do terror de Saddam, o Iraque era uma sociedade funcional, ordenada. Ela foi destruída (…)

Sobre mariomarcos

Jornalista, natural de criciúma, fã incondicional de filmes, bons livros e esportes
Esse post foi publicado em Gente e marcado , , , . Guardar link permanente.

6 respostas para Jon Lee Anderson e o Iraque, antes e depois

  1. João Carlos disse:

    Este é o legado deixado pelos Srs. George W. Bush, Dick Cheney e comparsas comprometidos com a indústria bélica norte-americana que invadiu o Iraque atrás das armas de destruição em massa e blá,blá, blá. E o mais incrível é que eles conseguiram não só esculhambar o Iraque como também o próprio Estados Unidos, mergulhando o país em uma dívida tremenda que vai levar um bom tempo para ser contigenciada e que vem desde então provocando desemprego e crise no país do Tio Sam. E quem paga a conta? O pobre povo iraquiano e a população americana também, sem falar nas outras populações que acabam afetadas por tabela sem ter nada a ver com isso. E o presidente e sua turma? Passam bem obrigado mais ricos do que nunca.

  2. ricardo disse:

    Saddam era pupilo dos EUA. Foi armado e treinado enquanto defendia os interesses americanos na região,mais especificamente o petróleo. Posam de campeões da democracia e da liberdade, mas financiam uma máquina de guerra para as situações em que o mercado se volta contra eles e ainda saem como heróis com toda a propaganda.

  3. Louis disse:

    Parabens Mario, hoje tu foi eleito “Melhor Blog de Jornalista Esportivo” pelos leitores do Blog Vermelho. É a sexta edição dessa votação, a segunda para Blog de Jornalista. Ano passado ganhou o Cosme Rimoli. Esse ano ele ficou em Segundo atras de ti!

    PS: Pô Mario numa boa…que tal algo de positivo sobre os EUA no Blog. Acho que os EUA já contribuiu em MUITO de bom para o Mundo…MUITO. Muito daqulio que voc6e usa e se beneficia diariamente tem a mão dos EUA. Mas baseado pelo que leio aqui os EUA só serve pra aterrorizar o Mundo. Gosto de ler suas opiniões mas acho que tá ficando demais para um lado só. É apenas minha opinião.

    • mariomarcos disse:

      Há bem pouco tempo escrevi sobre a grande contribuição dos empresários americanos para o desenvolvimento das universidades. Disse que tínhamos de aprender com eles. Parece-me um elogio. Hoje estou destacando a opinião de um jornalista americano respeitável. É evidente que os EUA sempre serão destaque. Ainda são o país mais importante do mundo, tudo o que faz repercute. E como sou contra guerras é evidente que a todo momento toco neste assunto.
      PS: já agradeci muito pelo twitter esta eleição. Fico muito orgulhoso. Obrigado por isso.

    • ricardo disse:

      de minha parte não é uma critica ao povo, à cultura e muitos menos às pessoas de bom senso e sim aos governos fascista e seus aparatos. aos apologistas da violencia, da força e do poder.

Deixe um comentário