A vida do torcedor do Inter tem sido assim: vibra com a vitória e a grande atuação diante do Palmeiras e empata com o medíocre Tomayapo, pela Sul-Americana. Enfrenta viagem de 13 horas ao Equador, vence o Delfin, apesar do cansaço, e na volta é incapaz de vencer o fraco Atlético-GO, na noite deste domingo, diante de 23.836 pessoas no Beira-Rio. O empate em 1 a 1 impediu a chegada do time à liderança e frustrou a torcida, que vaiou a equipe no fim da partida.
Dominou, teve 18 finalizações contra apenas quatro do adversário, 68% de posse de bola, mas foi incapaz de concluir com precisão e chegar à vitória e à conquista dos três pontos. Pior: quando o nervosismo bateu, no segundo tempo, o time passou a simplificar, cruzando bolas a todo momento ou lançando para a área de todos os lugares, o que só facilitou o trabalho da defesa do Atlético. Foram 50 cruzamentos – a maior parte deles afastada pela defesa. Não podia dar certo.
Na noite em que pela primeira vez a equipe completa de arbitragem, do campo à cabine de vídeo, foi toda formada por mulheres, a atuação do Inter foi frustrante. A torcida foi ao estádio certa de que o Inter venceria e pularia para nove pontos, dividindo a liderança com o Botafogo, mas desde o início percebeu que, apesar do domínio amplo, o Inter teria dificuldades.
Jair Ventura organizou seu time com um forte esquema defensivo, com duas linhas próximas, bloqueando todos os espaços. Diante desta barreira, o Inter avançava, trocava passes na intermediária ofensiva, mas era incapaz de encontrar os espaços. Borré era sempre bem marcado, e Lucca, escalado como segundo atacante, errou quase tudo.
Num desafio assim, seria preciso ter jogadores capazes de criar as jogadas e encontrar as brechas na marcação, mas o Inter não tinha Alan Patrick nem Aránguiz. Thiago Maia e Bruno Henrique pouco conseguiam, e Maurício mais uma vez errava muito. A consequência está no que se viu em campo: o Inter não conseguiu criar uma única jogada perigosa. Cercou, cercou, trocou passes e só.
O Inter voltou do intervalo sem mudanças e levou um golpe logo aos cinco minutos. O Atlético saiu de sua área, Derek recebeu livre, avançou, driblou Mercado e, de cavadinha, tocou para a rede. Um a zero. A equipe de vídeo teve de intervir porque a auxiliar marcou impedimento. Na conferência, viu-se que o lançamento foi direto, sem uma segunda interferência de um jogador do Atlético. Gol confirmado.
A partir daí, o Inter acelerou um pouco mais. Wesley ficou pela esquerda e passou a ser uma jogada forte de ataque. E foi ele o autor do cruzamento preciso para o desvio de cabeça de Borré, aos 10 minutos. Um a um, gol também conferido no vídeo para confirmar a posição legal do centroavante.
Aos 15, Wesley recebeu de Borré, mas o chute saiu fraco, para defesa do goleiro. Aos 18, Eduardo Coudet fez as primeiras trocas, de Bruno Henrique e Lucca por Gustavo Prado e Alario,
O padrão seguiu o mesmo. O Inter com a bola, cercando a área, o Atlético se defendendo e apostando em raros contra-ataques. Aos 23, Alario virou rápido, e o goleiro Ronaldo desviou. Aos 28, Gustavo Prado – que entrou e mais uma vez deu boa resposta no time – tentou duas vezes, mas concluiu por cima. Aos 32, depois de receber de Maurício, Borré concluiu, mas a bola parou no zagueiro. Aos 34 novas mudanças, de Bustos e Thiago Maia por Mateus Dias e Fernando.
Nada deu certo. A torcida ficou tão frustrada que, no fim, o agradecimento dos jogadores, aplaudindo o apoio, foram recebidos por vaias. Ninguém aceitava um tropeço no momento em que o Inter poderia ter pontos de líder.
O Inter volta a campo na quarta-feira para o primeiro dos dois jogos contra o Juventude, pela Copa do Brasil, no Beira-Rio.
Que time irritante. Time bunda-mole.
A torcida do Inter se forjou vendo o Inter amassar os adversários dentro do Beira-Rio. Num jogo contra um adversário fraco como esse Atlético GO, um empate até poderia acontecer, mas o Inter teria pressionado o jogo inteiro…empilhado chances de gol e o goleiro adversário seria escolhido o melhor em campo.
Mas o q a gente viu em campo e tem visto em jogos como esse, é um time sem sangue nos olhos. Sem imposição. Que não pressiona. Que não mete medo nos adversários. Que fica com aquela posse de bola irritante q não leva a nada. Que não sabe mais o que é jogar verticalmente. É só tapa pro lado. Ninguém improvisa. É uma mesmice sem tamanho.
E o treinador quer reclamar da torcida.
Ah vai catar coquinho, xarope.
Vai fazer esse time jogar mais.
Vai fazer o teu time chutar de fora da área.
Vai treinar alguma jogada ensaiada.
Para de escalar 2 centroavantes pq isso nunca deu certo. Nenhum complementa o outro. Pelo contrário. Eles instintivamente acabam ocupando o mesmo espaço. Fica tudo muito previsível. E se a bola não for lançada pra área, os 2 centrovantes são inúteis.
Simplifica, pô.
E tem horas que o esquema vai pro brejo e o treinador tem q ter um plano B.
O Palmeiras, multi-campeão, jogando em casa contra o Inter, deixou o Bruno Gomez de atacante e era bola pra dentro da área, pq pelo chão tava sendo muito bem marcado. O Inter em casa contra o lanterna, nem isso foi capaz de fazer.