Inter vence, com dificuldades, e agora enfrenta Rosário

Foi bem mais complicado do que os pouco mais de 16 mil torcedores do Inter que praticamente lotaram o Alfredo Jaconi, na noite deste sábado, em Caxias do Sul. A torcida e até os analistas esperavam uma vitória tranquila sobre o Delfín, em disputa de vaga na repescagem, mas o que se viu na noite de Caxias voltou a decepcionar.

O Inter venceu por 1 a 0, garantiu classificação para enfrentar um mata-mata contra o Rosário Central, da Argentina, em disputa de vaga na próxima fase da Libertadores, mas mostrou um futebol decepcionante, especialmente no segundo tempo.

Os torcedores vibraram com o reencontro com o time, fizeram festa, coloriram o Alfredo Jaconi, mas não esconderam a frustração ao ver o time enfrentar dificuldades para vencer e, depois, garantir o resultado diante de um adversário fraco. Parte da torcida, a que se situava atrás da área técnica, levou o técnico Eduardo Coudet a uma profunda irritação no fim, a ponto de gesticular para o público. Chegou a empurrar seus auxiliares, que tentavam contê-lo e evitar que afrontasse o torcedor.

E por que um jogo que parecia tão tranquilo virou tenso no fim? Porque o Inter repetiu os defeitos mostrados em outros jogos, contra adversários inferiores, como aconteceu nos empates com Tomayapo e Atlético-GO, no Beira-Rio, e a derrota para o Belgrano, que custou a liderança. Teve amplo domínio de bola, trocou passes, buscou o ataque, mas não definiu quando teve as melhores chances. A consequência foi que, à medida que o tempo passava, o time ficou tenso e passou a errar seguidamente no momento da conclusão, ou por inabilidade ou por não concluir a gol.

Coudet, que ficou nervoso no fim, chegou a fazer trocas para reforçar o sistema defensivo, contra um adversário que só atacou quando percebeu que tinha espaços – e assim aumentou a tensão, a ponto de forçar o goleiro Fabrício a uma defesa salvadora em chute de Alman, aos 37 minutos do segundo tempo, quando o Inter tinha Thiago Silva no lugar de Alario, Igor Gomes no de Wesley para funcionar como um segundo lateral-direito.

E isso que o jogo começou num ritmo que parecia confirmar as previsões de que seria tranquilo. Logo a um minuto, o goleiro Hera fez defesa salvadora, em chute de Alan Patrick. Aos 11, de novo o goleiro se destacou, outra vez em chute de Alan Patrick. Aos 17, Fernando desviou de calcanhar e, mais uma vez, Hera fez grande defesa. No rebote, Alario concluiu por cima. Foi assim em todo o período inicial, mas ou o Inter abusava nos requintes ou desperdiçava as conclusões.

No segundo tempo, Coudet trocou Bruno Henrique por Wanderson (em tratamento e recuperação desde 21 de abril), aos nove minutos, buscando dar maior poder ofensivo ao time. Aos 16, nova tentativa, trocando Mallo por Bustos e Aránguiz por Lucca.

O gol esperado surgiu aos 23 minutos. Wesley bateu escanteio da esquerda, alto, Vitão cabeceou de volta para a área, e Alario bateu de primeira, na pequena área. Um a zero.

Estranhamente, o gol deixou o ambiente mais tenso porque o Inter recuou e deu espaço para as tentativas do Delfín, que precisava apenas do empate. Cada ataque, cada escanteio, virou um momento de terror porque um gol mudaria tudo.

No fim, a torcida fez festa e os jogadores comemoraram no gramado, enquanto Coudet discutia com torcedores. De qualquer maneira, o objetivo tinha sido atingido: agora, o Inter disputa uma vaga na próxima fase da Sul-Americana contra o Rosário (um dos terceiros na Libertadores), em dois confrontos. O primeiro deles será em Rosário.

Antes da repescagem, o Inter volta ao Brasileirão na quinta-feira. Enfrenta o São Paulo no Heriberto Hülse, em Criciúma.

Sobre mariomarcos

Jornalista, natural de criciúma, fã incondicional de filmes, bons livros e esportes
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