Inter vence Flamengo, de virada, e deixa grupo dos rebaixados

Não foi apenas uma vitória. Além de superar o Flamengo, um dos melhores times da temporada, candidato ao título na disputa especial com Palmeiras e Atlético-MG, o Inter mostrou fibra, capacidade de reação, união absoluta com a torcida mais uma vez (público de 35.510 pessoas, apesar do temporal que desabou pouco antes da partida) e, com a vitória de 2 a 1, na tarde deste domingo, no Beira-Rio, saiu da zona do rebaixamento.

Com os três pontos, o Inter pula para o 14º lugar, com 36 pontos, à frente de São Paulo, Vitória, Sport e Figueirense, que perdeu para o Palmeiras e marcou passo na tabela. Consequência: independentemente dos resultados que completam a rodada, o Inter não volta para o Z-4 porque há confronto direto entre baianos e pernambucanos.

Foi, acima de tudo, uma demonstração de capacidade de reação – algo que andava em falta no ano ruim do Inter no Brasileirão. É daqueles jogos para mudar o ambiente e corrigir o desequilíbrio emocional que em algumas partidas foi decisivo.

Depois de um primeiro tempo equilibrado, com o Flamengo tomando mais iniciativas e tendo 63% de posse de bola (‘Estamos marcando muito atrás’, reclamou Rodrigo Dourado ao sair para o intervalo), o Inter voltou com Sasha em lugar de Ferrareis. Era uma tentativa de dar mais força ofensiva ao time.

Nem deu tempo de verificar se daria certo. Aos 11 minutos, Diego bateu falta da esquerda, Réver subiu mais alto que Paulão e desviou de cabeça, forte, fazendo 1 a 0.

Neste momento, a torcida teve aquele momento de pânico. Mais uma vez, o time sofria um gol e teria de se superar para virar contra um dos melhores times do campeonato.

Foi só um rápido vacilo.

Logo em seguida, Roth trocou Seijas por Valdívia (a torcida não gostou, mas o venezuelano estava pouco produtivo realmente), e outra tentativa de dar força ofensiva e velocidade à equipe. Deu certo. O Inter passou a pressionar, a atacar com força, a impedir que o Flamengo e seus jogadores técnicos mantivessem o controle da partida.

Aos 19 minutos, Vitinho bateu forte, Muralha fez a primeira de suas grandes defesas.

Um minuto depois, o Inter lançou a bola para a área, Rodrigo Dourado acreditou, subiu e tocou de cabeça para a direita, onde estava Sasha, livre. O atacante bateu de primeira, no canto direito. Um a um, festa no Beira-Rio.

O Inter seguiu pressionando, animado pela torcida. Aos 27 minutos, Vitinho bateu falta da esquerda. Muralha foi preciso ao desviar a escanteio. Aos 32, outra vez Vitinho em chute de fora da área, e de novo Muralha desviou. Neste período todo, entre o gol e a última conclusão de Vitinho, o Flamengo não teve um único lance de ataque.

O gol tão esperado pela torcida, que fez o Inter dar um salto na tabela, aconteceu aos 35 minutos: Sasha recebeu pela direita e tocou a Valdívia, livre na frente da área. Ele chutou forte, rasteiro. Muralha pulou no canto direito e rebateu. Quando Réver percebeu, Vitinho chegou de frente e bateu firme, fazendo o segundo gol.

Só então o Flamengo reagiu, para buscar ao menos o empate e não permitir que o Palmeiras (2 a 1 no Figueirense) ampliasse a vantagem na liderança. Não adiantou. O Inter recuou, controlou a reação e deixou Valdívia e Vitinho para os contra-ataques.

Foi uma vitória com alguns destaques. Anselmo, que saiu desgastado, fez sua melhor partida desde que chegou do Joinville. Dourado e Vitinho foram os líderes técnicos da mudança que levou o time à reação e à virada.

O Inter volta ao Brasileirão domingo, no Gre-Nal. Mais um desafio e tanto para um time que tenta evitar a queda.