Um documentário aplaudido com entusiasmo. Ninguém resistiu

Fotos/ReproduçãoFoi gratificante ver o público que lotava a sala de cinema irromper em aplausos, de entusiasmo e gratidão, tão logo surgiram na tela os créditos finais do excepcional documentário O Dia que Durou 21 Anos, de Camilo Tavares. Todos tinham acabado de assistir a uma preciosa aula de História sobre o golpe militar e a ditadura que castigou o Brasil durante mais de duas décadas, com os fatos na ordem em que ocorreram, na cronologia correta, baseados em documentos secretos só liberados há pouco. Nada daquelas fantasias que você ouve até hoje, como se fossem verdade. Não, no filme os episódios estão encadeados no tempo em que ocorreram.

Deu vontade de aplaudir de pé também uma declaração do então deputado Bocayuva Cunha, em entrevista a uma emissora de TV dos Estados Unidos, um ano antes do golpe que derrubou o governo, com apoio de grandes empresários preocupados em não ter seus negócios perturbados pelas reformas sociais de Jango. Em meio à conversa, o jornalista perguntou se o Brasil não tomava o rumo do comunismo. Bocayuva respondeu:

– Revolução comunista só existe na cabeça e na estupidez de certa elite brasileira.

Mas foi exatamente desta estupidez (ela ainda está por aí) que nasceu o golpe e a ditadura, como mostra de forma didática o filme de Camilo, filho do jornalista Flávio Tavares, um dos tantos brasileiros presos e torturados pela ditadura. O diretor fez uma pesquisa impressionante, descobriu a correspondência secreta trocada entre a embaixada norte-americana e Washington, conseguiu gravações inéditas e impressionantes de conversas entre John Kennedy e, mais tarde, Lyndon Johnson, com seus agentes no Brasil, mostrando claramente a rede de intrigas e mentiras que levou ao golpe e ao retrocesso.

A ação norte-americana foi tão direta que dia 31 de março de 1964, na véspera do golpe, Johnson autorizou o deslocamento de uma força naval poderosa para o litoral de Santos (foto menor, abaixo). A ordem foi clara (e isso está comprovado nos documentos e nos áudios dos arquivos do Departamento de Estado): se houvesse resistência dos brasileiros, que pouco antes tinham votado pelo presidencialismo e dado 80% de preferência a João Goulart, haveria intervenção direta dos soldados dos Estados Unidos. Só não agiram porque o deslocamento do General Mourão de Belo Horizonte ao Rio não encontrou resistência – que só surgiria em 1968, quatro anos depois, com a edição do AI-5 (é, aquela mentira de que o golpe foi uma reação a um movimento organizado também é desmascarada pelos documentos).

– Ele chegou e entregou o controle ao Costa e Silva, que estava dormindo só de cuecas – conta a filha de Mourão. – É foi no dia 1º de abril, o dia dos bobos – brinca.

Fica demonstrado no filme que até Castello Branco foi escolhido pelo próprio governo norte-americano para ser o primeiro chefão da ditadura. Aos poucos, a reação dos militares brasileiros, a tentativa de dar ares de legalidade ao movimento com o funcionamento do Congresso (‘mas com toda a oposição cassada’, como diz com ironia um dos pesquisadores entrevistados no documentário) e o apego dos líderes com estrelas nos ombros às regalias do poder, como lembra Robert Benthey, assistente do embaixador Lincoln Gordon (na foto, com Lyndon Johnson), atordoaram o próprio governo americano. Há cenas e declarações patéticas dos envolvidos na ditadura – que chegam a provocar risos no cinema.

Camilo Tavares, com apoio de Flávio, entrevistou personagens (inclusive conhecidos participantes do golpe), reproduziu documentos secretos, recuperou diálogos e mostrou dois depoimentos valiosos: o de Peter Korn Bluh, coordenador dos Arquivos de Segurança Nacional, dos Estados Unidos, e de James Green, historiador da Brown University. Eles fazem a costura dos diversos episódios, esclarecendo documentos que poderiam ser incompreensíveis e recuperando fatos históricos. É um deles que lembra um fato marcante, quase irônico, de uma correspondência da embaixada no Rio com o departamento de Estado: no momento em que a ditadura tomou rumos imprevistos, com cassações, prisões, torturas e assassinatos, os diplomatas americanos recomendaram  ao presidente “um silêncio dourado”. Estava ficando perigoso – até porque neste momento, entre 1968 e 1969, surgiram os grupos de resistência.

O golpe surgiu de uma campanha formada mentiras cuidadosamente elaboradas, divulgadas por uma rede montada com a força de milhões de dólares canalizados pelos norte-americanos para institutos criados com o objetivo de espalhar o medo. Lá estavam, unidos, empresários, grupos poderosos da imprensa e centenas de políticos claramente comprados, como fica demonstrado pelos documentos. Todos com o objetivo de dar ares de verdade à paranoia de que haveria uma revolução comunista. No fundo, como também fica evidente nos arquivos, o que preocupava os Estados Unidos era o medo de ter seus interesses econômicos contrariados.

Ao ver aquela plateia aplaudindo o filme, pensei no seguinte: qualquer pessoa medianamente informada sabe que há pelo menos 60 anos, desde os primeiros tempos da Guerra Fria, os Estados Unidos e suas agências se especializaram em espalhar mentiras e contra-informações, ou para preservar sua própria imagem (como aquela enfermeira ajudada por iraquianos, mas que, segundo a história oficial, lutou e heroicamente matou vários inimigos) ou para comprometer adversários. Tudo para controlar a mente, com auxílio de suas próprias agências, veículos da grande imprensa e, claro, Hollywood. Isso está na origem das ditaduras que atormentaram a América do Sul. Mesmo assim, até estas pessoas aparentemente bem informadas, repetem estes equívocos, consagrando aquela teoria de Goebbels de que ‘uma mentira repetida várias vezes se transforma em verdade’. É como se a mentira fosse uma tatuagem permanente. Sabem que é mentira, mas a repetem como se fosse verdade. Vira reflexo.

É um documentário imperdível e uma revisão valiosa para todos, não importa o que cada um pense sobre a questão. Vá ao cinema, assista a esta aula de História e não se surpreenda se, no fim, você aplaudir com entusiasmo. É quase irresistível.

Veja o trailer:

Sobre mariomarcos

Jornalista, natural de criciúma, fã incondicional de filmes, bons livros e esportes
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54 respostas para Um documentário aplaudido com entusiasmo. Ninguém resistiu

  1. MM!
    É gratificante quando aquilo que sabemos, mas está obscuro na memória de boa parte dos brasileiros, por desconhecimento ou conveniência, se revela robustecido, revigorado com incontestável documentação vinda do gestor do golpe que teimava em negar a sua ação arquitetada e praticada; ou pior, que o mínimo que deixava conhecer, era para justificar suas manobras como sendo necessárias, investido de uma condição de defensor permanente da América e do Mundo, um guardião incansável contra as barbáries da esquerda. Faz bem para a nossa condição de patriota (essa palavra foi surrupiada de nós, da minha geração) ver a História desvelada; mais luz onde tínhamos algumas frestas da verdade. Nunca pude usar esta palavra (patriota), porque, infelizmente, na minha infância e adolescência, ela foi sinônimo de conivência com o regime imposto; ser patriota era ser “pelego da ditadura”; aos poucos, alguns brasileiros que tiveram seus nomes, suas vidas, massacradas por mentiras (como recentemente, Wladimir Herzog), suas famílias (” Clarice que chorou no solo do Brasil” nos versos de Aldir Blanc) vão recuperando seu lugar na história do país e devolvendo a verbetes como Pátria, patriota o seu real significado.Que bom que a verdade emerge aos olhos do Brasil. Que bom que a História é dinâmica e sem amarras.

    • Lauri Guerra disse:

      É verdade Bruxo. Durante a ditadura a pátria foi tão vilipendiada que o povo em geral associava os símbolos pátrios à ditadura. Aliás eles esforçaram-se para identificar-se como a pátria, como forma de buscar legitimidade (Brasil Ame-o ou deixe-o, foi o mais grotesco).
      Não dá para não lembrar do Juca Chaves num show em que foi preso no palco por que disse que no Brasil um ladrão se chamava la, dois ladrões la la, tres ladrões la la la e um monta de ladrões la la la la la la la la …. ao ritmo do hino nacional. Para complementar, quando um oficial da aeronáutica subiu ao palco para prendê-lo disse ao Juca, por favor acompanhe-me. Ao que Juca retrucou, pois não, em que tom.
      Mataram, torturaram, perseguiram, roubaram. Tudo em nome da pátria, como esbravejavam furiosos. Já que a ditadura tentou apoderar-se dos simbolos pátrios, o povo rechaçando a ditadura tambem rechaçava tudo o que parecesse ligado a ela, entre os quais os simbolos pátrios e o próprio apelo ao patriotismo (servil diga-se) que apregoavam..

      • Só para acrescentar durante o governo Medici o Juca estava no programa do Silvio Santos e perguntou a ele como é que se descobria se um cara era ladrão, ele disse: Medi-se da cabeça aos pés, durante uns 20 acho nunca mais vi o Juca na TV

  2. João Carlos disse:

    Para aplaudir de pé gostaria de ver citados os ”colaboradores da imprensa”, indivíduos e empresas, que colaboraram para que o ”golpe” fosse executado.
    Aponta-se para empresários financiadores, militares e governos mas ingenuamente ou deliberadamente esquecem de citar, apontar e culpar tantos outros, colaboradores ou facilitadores.
    Se é para divulgar a verdade, que se faça de forma completa e justa sob pena de se estar cometendo um erro que condenamos ”apenas nos outros”.

  3. sandrosaci disse:

    de lá prá cá o poder continua nas mesma mãos.
    Imagino que o poder das elites seja realmente muito grande para os governos do PT o tangenciarem.
    Lula certa vez, nunca me esqueci, disse algo como “temos muitas coisas que podemos fazer em outras áreas, sem radicalizações”
    Dilma por sua vez não admite a discussão sobre a questão do controle da midia.
    Deve ser o propalado pragmatismo petista

  4. sandrosaci disse:

    o golpe militar de 64 ocorreu justamente na época que uma revolução de valores corria mundo afora….isso fez com que o choque e a repressão fossem muito mais fortes em intensidade.

  5. João Carlos disse:

    Saci, daí vinculo o ditado de que uma mentira repetida várias vezes torna-se verídica para quem as profere.
    Temos casos recentes muito claros e específicos nessa questão, amplamente corroborada por ‘alguns experts” que nos brindam com sua eficácia mental para nutrir, com teorias e apartes, assuntos inquestionáveis.

  6. Ricardo Tricolor disse:

    Vou tentar assistir ao filme para poder comenta-lo, mas, só para eu tentar entender o texto, ele quer dizer que não havia a chance de um golpe comunista no brasil?

    • mariomarcos disse:

      Nenhuma chance. Isso é delírio e tentativa de justificar um golpe.

      • frederico disse:

        ora,só porque alguns se negam a ler os documentos e a examinar as provas que alguns militares apresentam, isso não significa que os que os leram sejam delirantes…por que, por exemplo, não aceitar os depoimentos de heitor de paula e olavo de carvalho que foram militantes comunistas?….hem?

      • mariomarcos disse:

        Dizer que o Olavo de Carvalho foi comunista é que é brincar com a inteligência das pessoas. É outro daqueles que dizem que foram esquerda na ilusão de que assim sua opinião fica mais respeitável. É como o cara de esquerda dizer que foi de direita para criticar o outro lado.

      • Santiago disse:

        ESTÁ ESCRITO PELOS PRÓPRIOS COMUNISTAS. É SÓ PESQUISAR AO INVÉS DE CENSURAR O DEBATE DEMOCRÁTICO.

        O comunista Jacob Gorender escreveu :

        “O Partido Comunista do Brasil, constituído em 1962 a partir de uma cisão no PCB, ainda no governo Jango, em fins de março de 1964, enviou um grupo de militantes à China, a fim de receber treinamento na Academia Militar de Pequim para, no regresso, a partir de 1966, instalar no Araguaia o embrião da guerra popular prolongada, teoria imaginada por Mao-Tsetung. ”

        Daniel Aarão Reis Filho – ativo participante da luta armada , na organização terrorista MR-8 – publicada em O Globo, 23/09/2001 :

        “Ao longo do processo de radicalização iniciado em 1961, o projeto das organizações de esquerda que defendiam a luta armada era revolucionário, ofensivo e ditatorial. Pretendia-se implantar uma ditadura revolucionária. Não existe um só documento dessas organizações em que elas se apresentassem como instrumento da resistência
        democrática.”

      • mariomarcos disse:

        Ah, e estes pequenos grupos fariam uma revolução e implantariam o comunismo no país? O golpe não teve nada a ver com isso. O sistema reagiu às anunciadas reformas sociais anunciadas pelo Jango e temidas pelos empresários, com apoio dos EUA. Não é opinião, nem documentos de militantes. São documentos de arquivos dos próprios americanos. É só manter a mente aberta.

    • Santiago disse:

      Concordo : abra a sua mente e respeite o que escreveram aqueles que participaram ativamente daquele momento histórico, integrando a esquerda…eles estavam lá…você não…

    • Ricardo Tricolor disse:

      Mario, concordo que esse foi o pretesto para o golpe militar (com total influencia, incetivo , apoio e muito exagero dos EUA), mas acredito que havia sim a intencao de se implantar um governo comunista aqui, isso tambem esta comprovado em diversos documentos da epoca. Negar esses fatos é tão infantil quanto negar o interesse dos EUA no golpe militar.

      • mariomarcos disse:

        Não havia nenhuma chance para implantar governo comunista no país. A razão clara está nas reformas sociais anunciadas pelo Jango.

      • Francisco disse:

        Tá aí um exemplo daqueles que os nazistas sabiam que seriam fáceis de serem domados quando diziam “uma mentira repetida mil vezes se torna uma verdade”.
        Deve acreditar também que os comunistas comiam criancinhas no café da manhã.
        E no Papai Noel.

  7. frederico disse:

    por outro lado me lembro das palavras do gabeira:”Todos os ex-guerrilheiros que entram para a política dizem que lutavam pela democracia, mas, avaliando o programa político de todos os grupos de luta armada, vemos que o que eles tentavam não era democracia, mas a ditadura do proletariado […] havia muita gente lutando pela democracia no Brasil, mas a luta armada não estava lutando pela democracia […] eu não posso dizer que, naquele momento, estivesse lutando pela democracia.”

    • Santiago disse:

      O próprio Lula reconheceu, em entrevista a Ronaldo Costa Couto em 1989, que o General Médici seria eleito se houvesse voto direto para presidente, porque “a popularidade do Médici no meio da classe trabalhadora era muito grande”.

    • Uruguayo Rojo disse:

      “O Partido Comunista do Brasil, constituído em 1962 a partir de uma cisão no PCB, ainda no governo Jango, em fins de março de 1964, enviou um grupo de militantes à China, a fim de receber treinamento na Academia Militar de Pequim para, no regresso, a partir de 1966, instalar no Araguaia o embrião da guerra popular prolongada, teoria imaginada por Mao-Tsetung.
      – Livro “Combate nas Trevas”, do escritor marxista Jacob Gorender

      • mariomarcos disse:

        E daí? Um grupo assim seria capaz de fazer a revolução e implantar o comunismo no Brasil? Comodiz o Bocayuva Cunha no filme, o partidão era inexpressivo. Pela tua lógica teria de haver golpe hoje porque há inúmeros partidos com ideologia bem à esquerda. São parte da democracia, apenas isso.

      • frederico disse:

        parece que não adiante, uruguayo, a esquerda está disposta a reescrever a história, puxando a brasa para sua sardinha e transformando bandidos em mocinhos…eles simplesmente desconsideram os desqualificam qualquer argumento ou fonte apresentada e seguem insistindo em ludibriar as novas gerações com essa falácia de que os terrroristas eram humanistas que queriam a democracia….

      • mariomarcos disse:

        Não é a esquerda, são os documentos secretos dos EUA abertos agora e os áudios das conversas, claras, didáticas, entre os presidentes americanos e sua embaixada. Agora não é a esquerda que está falando dos fatos como eles aconteceram.

      • frederico disse:

        e quanto a resposta do mario, não tenho notícias de que existam grupos armados em território nacional….fazendo atentados, assaltando bancos e assassinando pessoas….

  8. Pode ter havido alguns (poucos) que sonhavam em ter uma ditadura do proletariado, mas isso nunca foi a causa para o golpe de 64, pois o que tínhamos era um governo eleito pelo voto popular e programas sociais se desenhando diferentes daqueles implantados nos regimes comunistas com um presidente oriundo das elites latifúndiárias do oeste gaúcho.Os comunistas não casam com mulheres bonitas (rs,rs,rs).
    Sobre o fim da Última Hora; levou apenas 33 dias para mudar de mãos: 1º de Abril até virar Zero Hora em 04 de Maio de 64.
    Interessante ler “Minha Razão de Viver” do Samuel Wainer, jornalista e proprietário da Última Hora.

  9. Marcelo Rg disse:

    Há muita coisa encoberta sobre a ditadura,apoiadores,os contrários e como a resistencia era feita.Acho que as escolas deveriam tratar disso no segundo grau,mas não o faz,e o que sabemos acaba sendo pela mídia onde cada um diz uma coisa,lembro de um ministro do STF(ainda é)que num programa de entrevistas disse que a ditadura foi um mal necessário frente ao que se avizinhava…Assim que puder verei o filme,estou ansioso pois de cada lado vem uma versão diferente.

  10. LUIZ ANTONIO BARBOSA disse:

    De qualquer forma houve a articulação, planejamento e até “desenho” dos EUAs e mudaram os rumos de Brasil, demais, seria discussão sem fundamento producente pelo que poderia ter sido e não foi, foi e não era pra ter sido, teria sido outro se não fosse esse, seria esse se não fosse outro… Importa responsabilizar a todos que implantaram e promoveram tamanha atrocidade contra a liberdade, o direito à liberdade e à vida, tanto aqui como lá. Assisti `a entrevista sobre o filme, espero vê-lo.
    É necessário que se adapte este o qualquer outro importante material histórico sobre nossa história recente acessível e didaticamente adaptado a adolescentes das escola pública.

  11. Fernando Martini disse:

    Sou contrário a opinião de que não havia um grupo que tinha o objetivo de implantar um governo comunista no Brasil, ou que esse grupo era fraco e destreinado. Não duvido que tenha havido interferência americana dentro do país, mas da mesma forma acredito na interferência soviética e na preparação de elementos que queriam tomar o poder.

    Acho perigoso quando as pessoas começam a desacreditar as informações que dão legitimidade a contra-revolução que foi conduzida pelos militares. Haviam grandes mostras de indisciplina e subversão nos quartéis, líderes revolucionários, como Che Guevara foram condecorados pelo Brasil, as ligas camponesas enviaram integrantes para China treinamento e o Presidente estava adotando medidas que desestabilizavam o país.

    Quem preferir acreditar que os tempos anteriores aos Governos Militares eram de paz e amor, que a esquerda socialista era feita por pessoas amáveis que só pegaram em armas para combater a tirania de uma ditadura… que acredite. Inocentes e idiotas úteis fazem e fizeram o papel de santificar a esquerda, mas um país que já havia enfrentado a Intentona Comunista e que tinha figuras como Luiz Carlos Prestes e tantos outros que sonhavam com um mundo utópico, espelhado na imagem que a URSS vendia, não pode dizer que foi meramente uma atitude de ganância pelo poder e totalitarismo.

    Eu acredito que haviam pessoas infiltradas em diversas áreas da sociedade, que já tinham o controle do governo e apoio e treinamento soviético, que pretendiam fazer com que nosso país tomasse o rumo do comunismo, e acredito que a intervenção do Exército foi fundamental para manutenção da democracia no país. Acredito que não fosse a atitude de destituir o Presidente João Goulart do poder, o Brasil poderia ser uma grande Cuba, ou ter uma força como as FARC em seu território. Acredito que a esquerda tem contado e recontado inverdades que estão tão arraigadas no ideário das pessoas que tudo que se vê hoje são filmes que contam a história da esquerda são contos de fadas de idealistas combatendo tiranos, de Olga a Lamarca, de Luiz Carlos Prestes a Marighella.

    Aceito debater o assunto, mas para debater é necessário que as pessoas aceitem ouvir argumentos contrários a sua cartilha. Parece que a revolução cubana não existiu, parece que a Guerra Fria foi em outro século que não o passado, que não haviam pessoas cuja intenção era socializar o país. Aceito questionar as atitudes dos governos militares, a duração do período, o desrespeito a direitos e garantias individuais e se foi bom ou ruim para o país.

    Se é estupidez acreditar, então sou estúpido, apesar de ter certeza que não sou elite alguma, mas não será porque alguém disse que sou estúpido por acreditar em alguma coisa que deixarei de acreditar. Além de ser ofensivo, as pessoas tem direito de acreditar na versão dos fatos que quiserem.

    Mas dada a licença do uso da palavra estupidez, acho estupidez acreditar que grupos de socialistas/comunistas treinados não fosse capaz de articular uma revolução socialista. Da mesma forma que existem documentos que acusam os militares, há outros tantos documentos que comprovam a existência desses grupos, além do envio de dinheiro soviético aos seus agentes brasileiros. Tudo depende do que se acredita, mas a maior estupidez é ter de usar a palavra estupidez para se defender um ponto de vista.

    • frederico disse:

      de pleno acordo, Fernando…eles dizem propor o debate, mas censuram ou desqualificam os argumentos contrários…o Olavo de carvalho e o heitor de Paula se dizem ex comunistas, então não tenho porque duvidar deles, mas aqui qual a reação?…fazer piada….
      “Aceito debater o assunto, mas para debater é necessário que as pessoas aceitem ouvir argumentos contrários a sua cartilha”…isso está em falta em nosso meio

    • Lauri Guerra disse:

      Fernando, tens todo o direito de defender tuas opiniões mas não tens o direito de negar fatos comprovados historicamente. O tema da postagem é de que o golpe foi perpetrado para defender interesses de uma potência estrangeira, que atuou em aliança com a oligarquia nacional. O resto é perfumaria na discussão.
      Assista o filme e desminta os fatos apresentados (aliás sugiro que o MM volte ao tema dentro de alguns dias para que aqueles que assistirem o filme possam retornar à discussão – infelizmente não terei esta chance). Do contrário serás apenas um inocente inútil a defender a ditadura (inútil porque nem a ditadura retorna nem os fatos se alteram). E fica patético repetir a lorota do ouro de Moscou. Tenho que referir ao pronunciamento de Apolônio Torelly (o barão de Itararé) no congresso nacional reclamando que o governo Dutra o havia roubado, pois nem ele nem nenhum dos comunistas que conhecia (e era um dos dirigentes nacionais do PCB) jamais havia recebido o tal ouro.
      E digo mais. Que direito tem uma potência estrangeira de determinar os rumos do Brasil cntra a vontade do nosso povo? Que direito tem os EUA de impedir que porventura o povo brasileiro por sua maioria escolhesse democraticamente o caminho do socialismo, como fizeram democraticamente os chilenos? Aliás sabemos muito bem do desfecho e do desprezo à democracia e à liberdade quando se trata de defender seus interesses.
      As reformas sociais que Jango propunha nada tinham de socialistas e aconteciam no bojo de um ativo processo democrático.
      O que havia eram interesses contrariados das elites, que se abraçaram aos agentes de uma potência estrangeira, muitos deles oficiais militares de alta patente treinados em Fort Bragg. E estes militares que defendes praticaram entre outros, crime de traição à pátria, e este crime não prescreveu. Não falo daqueles militares que por obediência hierárquica, por inocência, ou por ignorância ou preconceito, defenderam o golpe mas não sujaram as mãos na repressão e na tortura. Falo dos líderes do golpe. Falo de gente como o general Juracy Magalhães, que foi agraciado com o governo da Bahia, quem dizia que o que era bom para os EUA era bom para o Brasil. Falo de gente como Bob Fields um agente de potência estrangeira, encarregado de organizar a economia brasileira de acordo com os planos de Washington (ou alguem tem dúvida de que não uma foi indicação sancionada pela matriz do golpe).
      Repito, assista o filme e desminta os fatos nele apresentado para teres credibilidade na crítica.

      • mariomarcos disse:

        Pouco antes do golpe, o governo lançou um plebiscito para saber se deveria continuar o parlamentarismo (implantado para limitar o poder de Jango) ou o presidencialismo. Resultado: 80% pelo presidencialismo. Ou seja: pelo Jango.

      • Fernando Martini disse:

        Eu vi o tal documentário hoje. Não sei se a edição é a mesma, fiz o download de um documentário de três partes, exibido na TV Brasil, penso que é o mesmo, só que editado para TV, datado de 2011.

        Francamente, esperava algo mais denso e contrário ao que eu conheço sobre a história, me preparando para uma profunda revisão, haja vista a forma polêmica e entusiástica com que foi comentado. Concordo com as opiniões do General Newton Cruz e do Senador Jarbas Passarinho, e tanto pelo apoio norte-americano, pelo Comício da Central do Brasil, das atitudes de Jango e sua simpatia pelo regime cubano e do apoio que tinha dos grupos mais radicais da esquerda, da indisciplina e subversão que existiam nos quartéis (que estavam infiltrados), do clima de Guerra Fria que o mundo vivia e do maciço apoio da população, visto em manifestações como a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, concluo que não eram infundados os temores da implantação de um regime comunista no Brasil, e que a Revolução Democrática, ou Golpe Militar como as pessoas contrárias a sua execução o denominam, foi revestida da intenção de prevenir uma revolução socialista no país.

        Sobre os comentários da filha do Gen Mourão Filho, não reconheço qualquer autoridade nessa mulher para dar um depoimento com valor histórico, senão de uma senhora que deseja atenção, só para constar. Esperava muito mais da filha do homem que teve a coragem de romper rumo ao perigo de um possível combate.

        Foi falado sobre as Ligas Camponesas, nas atuações do PC, que estava na ilegalidade, sobre a anarquia dos quartéis, do apoio americano e da intenção dos EUA combater a qualquer custo o surgimento de um novo regime de esquerda, fazendo diversas referências a Cuba. Enfim, não vi, e sou muito sincero ao dizer, qualquer manifestação que mudasse minha opinião. Além disso, no meu entendimento, embasado no que foi dito no documentário, entendo que a iniciativa partiu dos militares em solicitar ajuda aos americanos, e não o contrário, como sugerido no post. Diz que os militares queriam garantias de que iriam ter apoio, já que era esperada uma resistência forte no RJ. Considerando que Castelo Branco havia combatido na FEB, junto dos aliados, natural que encarasse nos EUA um aliado.

        Não sei se foram as declarações do Gen Newton Cruz que MM classificou como patéticas, mas caso seja o caso, discordo frontalmente e penso ser uma lástima, uma vez que ele traduz de forma clara os motivos quel levaram o Exército a realizar a revolução de 64, ou contra-revolução, uma vez que pretendia eliminar a possibilidade de uma revolução socialista. No próprio documentário fica ressaltado o fato de que os soldados do Gen Mourão Filho foram em direção ao RJ dispostos a combater, acreditando que haveriam mortes, portanto, dispostos a se sacrificar pelo que acreditavam ser um ideal democrático.

        Conforme eu comentei anteriormente, admito debater e falar sobre os fatos, mas não penso que é estúpido, patético ou mentiroso pensar que quem fez a revolução de 64 fez pensando defender a democracia. Podemos debater se isso foi bom ou não, podemos discordar do pensamento daquelas pessoas, debater a influência norte-americana nos fatos, se o alinhamento político com os EUA foi benéfico a nossa economia, até mesmo se o alinhamento com a URSS não teria trazido melhores frutos, a necessidade das tais reformas de base, e as consequências que dela poderiam advir, ainda sobre a legalidade de declarar vaga a presidência com Jango no RS. Podemos discutir também a influência da URSS no Brasil, para tanto recomendo a leitura do livro “Camaradas”, de Willian Waack, (taxado até mesmo de agente a serviço dos EUA, qualquer semelhança com outros personagens que criticam os regimes comunistas, taxados de serem agentes americanos, é mera coincidência, ou mera tática de desacreditar informações contrárias, ou ainda, mera estupidez).

        Enfim, eu compreendo a posição de quem acha estupidez pensar que os militares que apoiaram a revolução de 64 tenham razão, apesar de achar errado falar isso de forma direta, pois penso ser algo contrário a liberdade de pensamento. Contudo, não se pode dizer que essas pessoas não tenham seus argumentos, que podem ser rebatidos, e que podem estar completamente errados, mas são, no mínimo, coerentes. Havia um indisciplina enorme e um clima de subversão, episódios como a Revolta dos Sargentos(63), do Almirante Aragão, o Almirante do Povo e seu apoio declarado a Jango, com participação em comícios, a reunião de Jango com praças no Motoclube, tudo isso fazia as forças armadas se ouriçarem com medo de que 1935 estivesse de volta, que foi quando, historicamente, o Exército se posicionou de forma antagônica ao comunismo.

        Não concordo, e ai que acho a opinião do Gen Newton Cruz é muito lúcida, com a forma que o governo militar tratou a situação politica do Brasil, e acrescento que não só na forma como esta começou, através dos AIs, mas como terminou, sem apoio popular e com uma lei de anistia que hoje gera uma discussão legal. Como foi dito por um dos entrevistados, numa forma de legitimar a tortura, que não haviam outros métodos para se obter informações, eu discordo e penso que ai houve um comportamento que denota a postura militar de combater, de entender que enfrentava uma guerra dentro do Brasil contra um inimigo vermelho, e nesse ponto as coisas tomam um rumo que é extremamente questionável, inclusive desagradando até os apoiadores americanos.

        Dessa forma discordo de ti Lauri, apesar de que, dessa forma, não pretendo justificar todos erros cometidos pelos governos militares. Discordo que houve traição a pátria, até mesmo porque houve significativa manifestação da população e publicações em jornais e revistas. Agora, se vamos questionar que as revistas estavam com interesses segundos, então devemos aceitar que havia um clima de paranoia e subversão, e passamos a relativizar e desqualificar argumentos ao sabor de nossas opiniões.

        Do que eu entendi do documentário, apesar de que um dos entrevistados, que não lembro o nome, um de barba… se ajudar na descrição, tem o entendimento que tudo foi fruto da intervenção americana não entendi dessa forma, apesar de que é evidente e óbvia a influência americana. Os telegramas me parecem mais reportes de situação e de informações, além da comprovação da propaganda anticomunista feita pelos americanos e injeção de capital na política brasileira, mas até ai nada de novo no mundo da Guerra Fria, onde a URSS tinha, pouco antes, quase decretado a hecatombe nuclear com a crise do mísseis de Cuba.

        Meu maior enfoque é, no entanto, a motivação dos militares para realizar a revolução, e essa me pareceu sincera e de intenção democrática. Você pode dizer, o MM pode dizer, qualquer um pode interpretar que Jango não era comunista, mas nos telegramas da embaixada americana, se nota que ele era visto sim como uma pessoa ligada ao comunismo, e a figura dele e de Brizola eram tidas como ameaças a democracia. Isso pode ser questionada, pois é um ponto subjetivo, contudo essencial para se interpretar a questão de 64. Penso que as interpretações são livres, mas todas devem ser respeitadas, e penso não ser democrático, ou ainda educado, taxar opiniões contrárias as que temos de modo pejorativo.

      • Fernando Martini disse:

        Parlamentarismo que limitou o poder de Jango, já que este não fora eleito presidente, nem tampouco era do partido do presidente eleito.

      • Fernando Martini disse:

        Não entendi que Castello Branco tenha sido escolhido, e sim que sua liderança dentro do Exército foi vista de modo favorável pelos americanos. Da mesma forma o apoio tal esquadra foi solicitado em apoio, uma vez que os revoltosos consideravam os EUA como aliados. Me parece um entendimento tendencioso, ou talvez o meu o seja.

    • Francisco disse:

      Sempre tem os trouxas que acreditam em mentiras;
      Deve acreditar também que os EUA invadiram o Iraque pra levar democracia pra lá;
      Golpe militar foi única e exclusivamente para interromper um governo democraticamente eleito e que tentava implantar algumas reformas sociais; Por exemplo, garantir educação gratuita para todos os brasileiros;
      Já pensaram um país do tamanho do Brasil, e com um povo com educação ?? A pedra no sapato dos EUA que seria; Afinal, ter uma potência dessas na América Latina não era nada bom pra eles, ainda mais se o Brasil fosse produtor de tecnologia e concorresse com as empresas norte americanas;

      • Fernando Martini disse:

        Trouxas??? Falou espertão!

        Sério… Cada coisa que se ouve.

      • Fernando Martini disse:

        Franscico,, qual a sua formaçao? Tu foi pro Iraque? Tu é da ONU? Tu é do Rio Branco?

        Em que vossa senhoria se embasara chamar alguém de trouxa?

        Sério, vontade de te adjetivar de tanta coisa… Mas no mundo politicamente correto, de democracia e igualdade… a tua própria falta de argumentos demonstra que não tens consciência alguma do que vc está falando.
        vai ver o bbb q vc ganha mais.

  12. Eu tenho quase 30 anos e até cerca 2 anos atrás eu nunca havia ouvido falar em frota americana na costa brasileira dando suporte ao golpe. Lembro quando soube disso assistindo um especial em 3 capítulos (acho) da TV Brasil ou TV Cultura, também com participação de Carlos Fico, fiquei absolutamente estupefato e revoltado.

    Não lembro de nunca, durante os ensinos de colégio, nos anos 90, terem citado nada parecido.

    Não acho que eu seja uma exceção.

    Acho que seria um pesquisa interessante saber qual a qtde. ou % de brasileiros que conhecem essa parte da história…

    E vi no filme muitos contemporâneos do golpe lamentando não ter havido resistência de Jango. Eu tenho minhas duvidas. Num total achismo creio que nossa única chance seria intervenção europeia. A Rússia interviria? A distância permitiria? Quiçá uma 3a guerra mundial? Difícil pesar o que poderia ter acontecido contra o que aconteceu. Enfim daria um bom trabalho de pesquisa buscar as condições mundiais e poderio militar brasileiro da época para buscar conjecturar o que poderia ter acontecido em caso de resistência brasileira e invasão americana… (não duvido que já exista algum livro neste sentido, conheces algum, MM?)

    • mariomarcos disse:

      Esta falta de resistência é a maior prova de que a história de que haveria golpe comunista é uma balela. Se houvesse forças organizadas, elas teriam resistido. O golpe só não foi uma surpresa para a parcela que estava incomodada com as anunciadas mudanças do Jango. Nos documentos liberados há pouco pelo governo dos EUA, tudo isso está claro. Inclusive a ordem de intervenção das tropas em caso de resistência.

      • Fernando Martini disse:

        Se havia ordem de intervenção em caso de resistência, não parece que a hipótese de resistência seja balela. O Almirante Aragão, xingado de assassino por Lacerda é um dos que haviam se mostrado fiéis a Jango e pretendia resistir.

  13. O próprio Fernando Gabeira em entrevista confessa que os grupos guerrilheiros tinham como objetivo implementar uma ditadura comunista no Brasil. Eles tinham a esperança em Jango fazer e é claro que os EUA não iriam deixar. O vídeo é interessante no ponto em que mostra os EUA articulando para o Brasil não cair nas garras das pestes vermelhas e graças a Deus não caiu

    • mariomarcos disse:

      Uma coisa é ter um objetivo. Eu, por exemplo, gostaria de ter o dinheiro do Bill Gates. Não consigo, por mais que trabalhe. Outra é a conseguir realizar. Há partidos comunistas no Brasil, todos sonhando com o poder, mas não vão conseguir implantar tudo o que pensam. A opção para um simples projeto foi uma ditadura que sequestrou, matou, desapareceu com pessoas, implantou atos institucionais, fechou congresso, censurou a imprensa etc. Mas tem gente que gosta, fazer o quê?

  14. Antonio Brasileiro da Silva disse:

    …tá tudo muito bem …tá tudo muito bom…mas realmente…mas realmente…a melhor das ditaduras está muito longe de ser boa para a maioria do povo do que a pior das democracias…agora é lamentável em pleno século xxi um número expressivo de tolos defenderem o bando de delinquentes fardados que tomaram de assalto literalmente o brasil…que sejam perdoados aqueles que são pautados por elementos da mesma extração de um olavo de carvalho…

  15. Roberto Stavis disse:

    Ahh! derrotada a ditadura, eis a democracia…o que? democracia? essa que temos, com o bando de políticos corruptos, os mesmos que gritaram abaixo os militares? essa democracia que aprovou a constituição de 1988 e que colocou o país neste caos? democracia, essa que faz o país desembolsar milhões para indenizar baderneiros, ladrões e terroristas da época da ditadura? desculpem meus caros, mas vivi muito bem nesta época, pois era universitário, politizado e informado, nunca perseguido. Desculpem srs. mas prefiro aquela ditadura, do ver os cofres públicos sendo saqueados, por aqueles que jogaram bombas nos “milicos” e hoje se acham heróis.

    • mariomarcos disse:

      Eu vivi também. E espero que o Brasil nunca mais passe pela desgraça daqueles dias. Violência, sequestro, tortura, assassinatos, desaparecidos e corrupção jogada para baixo do tapete porque a imprensa não podia divulgar nada (eu trabalhei com censor na Redação). Hoje nada é escondido. Isso é democracia. Alguns não gostam, claro, e eu entendo – ou deveria entender.

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