Desta vez, esquema não deu certo. Grêmio perde para o Ju

Caio Júnior mudou o esquema do Grêmio porque gostou do segundo tempo do jogo e da vitória contra o Canoas, no início da noite de quarta-feira. Estava certo de que, diante do Juventude, na tarde deste domingo, seu time teria o mesmo rendimento.

Esteve bem longe disso – e é provável que, agora, mude de novo. Caso se baseie no desempenho da equipe no Alfredo Jaconi, voltará a seu 4-4-2. O Grêmio foi desorganizado, dependeu quase sempre do esforço de Kleber na frente e perdeu para o Juventude por 2 a 1. Foi a segunda derrota no campeonato em um jogo corrido e muito disputado.

– Erramos, erramos demais e aí fica muito difícil correr atrás – desabafou Kleber, quase sem fôlego, ao sair de campo. – O Grêmio não pode começar a 60 km por hora enquanto o adversário está a 100 km – explicou.

Tem razão Kleber. Mesmo quando esteve bem e deu a impressão de que poderia chegar à vitória, o Grêmio esteve longe de repetir o futebol do segundo tempo da partida contra o Canoas. Para complicar, enfrentou um adversário disposto, competitivo, de bons jogadores e bem organizado pelo técnico Picolli.

No segundo, o time desabou. Só para você ter uma ideia: a primeira conclusão do Grêmio, em todo este tempo, foi aos 30 minutos – mesmo estando já perdendo por dois gols.

O Grêmio começou bem, com alas liberados e o meio, aparentemente, dominando. Aos oito, por exemplo, Júlio César foi ao fundo, driblou o goleiro Jonatan, poderia concluir, mas decidiu passar a Kleber. Errou o passe e perdeu a chance.

Na resposta, Zulu bateu de primeira, rasteiro, e Victor fez uma defesa excepcional. Antes disso, aos dois, o próprio Zulu tentou driblar Mário, a bola bateu no braço do jogador, mas Daronco mandou o lance seguir. Ele entendeu com bola no braço, que estava junto ao corpo. Mas foram lances que deram o recado claro de que o jogo seria muito difícil.

O time caxiense, bem firme na defesa, rápido no meio e com um atacante (Zulu) perturbando o tempo todo a defesa do Grêmio, passou a acelerar, pressionar e buscar os lances de ataque. Em um deles, Jonatas driblou Saimon e foi derrubado, quase em cima do risco da área. Pênalti.

Zulu bateu com categoria e fez 1 a 0.

O Grêmio fez duas tentativas, aos 42 (chute de Kleber, defesa de Jonatan) e aos 43 (Fernando, por cima), mas o Juventude foi para o vestiário com vantagem no marcador e no futebol de campo.

Na volta, ao contrário do que a torcida do Grêmio esperava, seu time voltou pior.

Estranhamente, o esquema desandou de vez – e o Juventude passou a dominar. Aos 14 minutos, antes de uma cobrança de falta pela esquerda, Bruno Salvador atingiu Saimon com o cotovelo e recebeu cartão vermelho. Poderia complicar os caxienses, mas na cobrança de Athos, Grolli pulou, desviou de leve e enganou Victor. Juventude 2 a 0.

Dois minutos depois, Gabriel foi expulso. Erro do árbitro. Na disputa de bola, o lateral apenas esticou o braço direito, naquela busca de espaço, e atingiu o peito do adversário, que caiu. O árbitro expulsou Gabriel. A partir daí, Caio teve de mudar o esquema. Mário voltou à lateral, Marco Antônio entrou no meio em lugar de Douglas (absolutamente inexpressivo no tempo em que esteve em campo), depois Marquinhos substituiu Fernando e, por fim, Collaço ocupou a vaga de Júlio César. As mudanças não alteraram o futebol do time.

Marquinhos e Moreno se atrapalharam e disputaram a mesma bola aos 27 minutos, sozinhos na pequena área, e aos 30 Moreno, mais uma vez, virou. Jonatan fez boa defesa.

Neste momento, o jogo ficou complicado para a arbitragem. Quase todos os lances eram disputados duramente e quem perdia logo simulava agressão.

Aos 44 minutos, Kleber entrou na área e concluiu. Jonatan defendeu. Kleber recuperou a bola e tentou de novo. Nova defesa do goleiro. Kleber então cruzou para Moreno, que foi derrubado. Pênalti. Na cobrança, Kleber descontou.

O Grêmio ainda tentou buscar fôlego para tentar o empate, mas a defesa do Juventude manteve o padrão de todo o jogo e venceu quase todos os lances, garantindo o 2 a 1 e os três pontos.

Caio Júnior gostou do desempenho e até viu superioridade do Grêmio no segundo tempo. Diferente do que pensou a torcida e até o presidente Paulo Odone, que reconheceu a superioridade do Juventude em toda a partida.